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A delicada posição da "Outra"



( Alguém me perguntou porque a abordagem do tema aqui se dá no feminino. Estatisticamente são as mulheres que disparado mais procuram apoio, esclarecimento e orientação quando não mais suportam o peso de uma relação dessa natureza. São elas que se expõem e confessam não mais aguentar as frustrações por se sentirem sempre a segunda opção. São as mulheres também que mais constroem fantasias românticas de um futuro a dois, sem considerar a realidade.  São elas, enfim que procuram o meu consultório. )

Tornar-se amante de um homem casado é sempre uma questão delicada. Movido por diversos motivos –amor, paixão, carência, sexo, comodismo–, esse tipo de relacionamento é mais comum do que se imagina e sempre esbarra nos limites da razão. Há mulheres que se sentem à vontade no papel da "outra" e desfrutam, sem culpa, da condição.Especialistas afirmam, no entanto, que ser amante é alternar, o tempo todo, sofrimento e prazer. 

As vantagens são a constante e intensa excitação inerente ao risco da descoberta, a sensação de novidade pela escassez ou dificuldade de encontros e ausência de rotina, a falta de responsabilidade ou compromisso com problemas do parceiro ou típicos de uma relação conjugal.

As desvantagens vão desde o pouco (ou nenhum) compartilhamento de momentos agradáveis em público, a impossibilidade de planejar e realizar juntos programas prolongados como viagens e férias, não poder contar com o amado em momentos difíceis, restrições quanto aos telefonemas e, ainda, a dificuldade em lidar com o ciúme da mulher oficial. Outro fator negativo é que o envolvimento nem sempre constrói laços afetivos entre o casal. Como os encontros são limitados e geralmente quando os dois se veem acabam transando, esse tipo de relacionamento fica vinculado ao sexo.

Elas são raras, mas existem: mulheres que preferem namorar homens casados simplesmente por diversão, conscientes de sua escolha. Cobranças e compromisso não fazem parte de seu vocabulário, ao contrário de sexo por prazer. Esse comportamento sempre existiu, mas vem ganhando maior visibilidade porque as mulheres estão mais independentes e, como os homens, assumem o que querem e gostam.

 O envolvimento com homens casados também acontece porque muitas mulheres aprendem a relacionar amor e dor desde a infância, ou seja, na sua vivência com os adultos significativos das suas vidas (pais, avós) são desprezadas, ignoradas, controladas e exigidas a sempre fazer o que o outro espera delas. Com isso crescem com baixa autoestima e escolhem inconscientemente sujeitos indisponíveis, já que não se sentem merecedoras de afeto ou atenção.

Segundo as especialistas, dificilmente os homens casados que mantêm relacionamentos extraconjugais se separam. O motivo? Apesar de a vida sexual com a oficial estar desgastada ou inexistente, muitos homens valorizam suas famílias e amam suas mulheres e seus filhos. Para os homens, o sexo é apenas uma parte do amor, o amor erótico. O casamento pode se sustentar com o amor de amizade, companheirismo, um projeto de vida comum etc.

Parece ironia, mas quando um homem decide se separar da "matriz", raramente assume a "filial". A "outra", muitas vezes, representa para o indivíduo a sensação de liberdade e, ao se separar, o homem prefere viver experiências novas e diversificadas, sem o compromisso de estar vinculado a ninguém. Em algumas poucas ocasiões, só quando é um amor grande e verdadeiro eles ficam com a amante. No entanto, vários homens arrumam uma relação extraconjugal para amenizar os problemas de seu casamento ou até para esquentá-lo. E aí, quando se separam, a amante deixa de ter uma função. Ele não precisa mais dela.


Comentários

  1. Porquê falar só no feminino? Atualmente existem muitos homens nessa situação e a conviver exatamente com os mesmos problemas, a diferença talvez esteja no facto de que quando é um homem a sujeitar-se a essa situação, é, na maioria das vezes por amor.

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  2. Verdade, tem muitas mulheres que tem amantes, porque perderam a atração sexual pelo esposo, mantem o estato de casada por questões sociais e religiosa.

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